Convivendo com diferentes formas de violência — no ambiente familiar, na escola, nos espaços religiosos e comunitários — Tielle percebe como as poucas opções de futuro que se desenham para ela são atravessadas por dinâmicas de gênero, pobreza e ausência de políticas públicas. Entre idealizações desfeitas e o enfrentamento cotidiano da violência, ela busca maneiras de não repetir um ciclo que há gerações condiciona meninas e mulheres da região.
Ao ser rodado no próprio Marajó e contar com atrizes locais no elenco, Manas evita os estereótipos simplistas que historicamente reduzem a região a uma visão folclórica ou exótica. Em vez disso, apresenta as vivências dessas meninas e mulheres em suas camadas sociais, culturais e econômicas, oferecendo uma leitura crítica sobre as violências estruturais que atravessam suas vidas. Com reconhecimento internacional em festivais como Veneza e Palm Springs, o filme contribui para ampliar debates sobre direitos, gênero e juventude em territórios ribeirinhos e periféricos da Amazônia.
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