Em 1922, Dalcídio se muda para Belém para continuar seus estudos, inicialmente no 3º ano elementar do Grupo Escolar Barão do Rio Branco. Três anos depois, ingressa no tradicional Colégio Paes de Carvalho. Contudo, em 1927, decide abandonar o colégio e se desloca para o Rio de Janeiro em busca de novas oportunidades. No Rio, enfrenta dificuldades financeiras e trabalha como lavador de pratos, além de ser revisor não-remunerado na revista Fon-Fon. Em 1929, conclui seu primeiro romance, "Chove nos Campos de Cachoeira", que se torna um marco em sua carreira literária e reflete suas experiências e observações sobre a vida na região amazônica.
Retornando a Belém em 1931, Dalcídio assume o cargo de auxiliar de gabinete na Interventoria do Estado e começa a colaborar com vários jornais e revistas locais, como "O Imparcial", "Crítica" e "Estado do Pará". Seu ativismo político, particularmente sua militância comunista, o leva a ser preso em 1936 por dois meses e novamente em 1937, passando quatro meses detido. Após esses períodos turbulentos, retorna ao Marajó em 1939 como inspetor escolar, onde continua a contribuir para a educação e a cultura local.
A carreira de Dalcídio Jurandir teve novos marcos importantes a partir de 1940, quando seu romance "Chove nos Campos de Cachoeira" recebeu o primeiro lugar no concurso literário promovido pela Revista Dom Casmurro. O livro foi finalmente publicado em 1941 pela Editora Vecchi. Em 1945, Dalcídio dirige o jornal "Tribuna Popular" e colabora em "O Jornal" e na revista "O Cruzeiro". Em 1947, publica seu segundo romance, "Marajó", pela Editora José Olympio. Dalcídio também trabalhou como repórter na Imprensa Popular e viajou pela União Soviética e Chile, além de ter sua obra traduzida para outros idiomas.
Em 1972, Dalcídio recebeu o Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, entregue por Jorge Amado, em reconhecimento ao conjunto de sua obra. Ele faleceu em 16 de junho de 1979 na cidade do Rio de Janeiro e foi sepultado no Cemitério de São João Batista. Em 2001, foi um dos candidatos ao título de "Paraense do Século", e no mesmo ano, foi realizado o Colóquio Dalcídio Jurandir para homenagear os 60 anos da publicação de "Chove nos Campos de Cachoeira". Em 2008, o Governo do Estado do Pará instituiu o Prêmio de Literatura Dalcídio Jurandir, e em 2009 comemorou-se o centenário do escritor.
Série Extremo-Norte
- Chove nos Campos de Cachoeira, Editora Vecchi (1941)
- Marajó, Editora José Olympio (1947)
- Três Casas e um Rio, Editora Martins (1958)
- Belém do Grão-Pará, Editora Martins (1960)
- Passagem dos Inocentes, Editora Martins (1963)
- Primeira Manhã, Editora Martins (1968)
- Ponte do Galo, Editora Martins/MEC (1971)
- Belém do Grão-Pará, Publicações Europa-América (1975) – Edição Portuguesa
- Chove nos Campos de Cachoeira, 2ª Edição, Editora Cátedra (1976)
- Os Habitantes, Editora Artenova (1976)
- Chão dos Lobos, Editora Record (1976)
- Marajó, 2ª Edição, Editora Cátedra/MEC (1978)
- Ribanceira, Editora Record (1978)
Série Extremo-Sul
- Linha do Parque, Editora Vitória (1959)
- Linha do Parque, Editora Russa (1962) – Edição Russa
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